Não espere o efeito Kodak chegar
Vivemos em tempos exponenciais, embora no Brasil, muitos queiram esperar um pouco mais para admiti-lo. A crise econômica que vivemos, oriunda da pandemia, chamada de avalanche, tsunami ou qualquer que seja o nome que queira dar, faz com que nenhum setor esteja salvo de perdas de receitas.
Historicamente, nossas empresas esperam. Elas esperam para fazer qualquer coisa - esperam que se construa um número de “melhores práticas” em outro lugar e possam copiar; esperam que das crises nasça alguma rotina para então segui-la; simplesmente esperam.
A economia exponencial não permite esperas. Ela é dirigida por uma frente de ondas de inovação, na qual sua velocidade é a da Lei de Moore, que dobra a capacidade a cada dois anos, pelo mesmo preço.
O Risco Kodak se acelerou em todos os setores e ele acontece quando o concorrente descobre como usar a informaticidade melhor do que a sua empresa. Aconteceu quando a sua equipe demora a entender um dos ciclos de dois anos da Lei de Moore, como o que levou à computação em nuvem. Acontece quando você acha que pode fazer a informaticidade em casa, como se conseguisse voltar à época em que cada um gera a própria eletricidade.
A era exponencial impõe aos negócios uma crise permanente. Quem continuar tratando os negócios como estáveis, sujeitos a normas e padrões bem estabelecidos, sem a capacidade de se reinventar em um momento que o mundo todo se reinventa, estará sentenciando sua organização à morte.
A tradição empresarial brasileira de “esperar” ficou inviável. Quando as inovações testadas e aprovadas chegarem a seu negócio e a seus usuários, já terão deixado de ser as melhores; estarão atrasadas.
É necessário parar de “esperar” e passar a “tentar”. É necessário que todo dia seja Dia 1, como faz Jeff Bezos na Amazon. E a melhor forma de explicar a cultura do Dia 1 é explicando o que é o Dia 2. O Dia 2 é a inércia. Seguida pela irrelevância, seguida pelo declínio triste e doloroso. Seguida, por fim, pela morte. E é por isso que é sempre o Dia 1.
Ao invés de gerente de projetos e gestão por processos, as empresas precisam de verdadeiros líderes, que corram o risco de tentar, errar e aprender ao fazer algo que ninguém nunca fez antes em seu negócio. Em cada projeto, buscar trazer o futuro para o presente.
Como você vem usando a tecnologia para acelerar o crescimento do seu negócio? Saia do ROI – Retorno sobre o Investimento – e vá para o ROR – Retorno sobre o Risco. Deixe de esperar e passe a tentar. Do contrário, sua próxima pandemia poderá ser chamada de Risco Kodak.
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Sobre Rafael Weber
Fundador da W/África e da África Seguros Corporativos, especialista em gestão da inovação e palestrante da chamada “Nova Economia”. Foi Diretor de Responsabilidade Social do Grêmio na Gestão 2017-2019.
Formado em Administração e Pós Graduado em Vendas & Marketing, possuí ainda formação em Gestão de Clubes de Futebol pela Unisinos e Grêmio e Gestão de Instalações Desportivas pela Universidade do Barcelona FC da Espanha.
É um dos mais novos brasileiros formados no Executive Program da StartSe, aprendendo sobre modelos de gestão inovadores, com o que de mais moderno surge no Vale do Silício e na China, tendo sido mentorado por nomes como Pedro Englert, Marcelo Maisonnave, Cristiano Kruel, Gustavo Caetano e Pedro Waengertner